Blog

Desvendando a licença paternidade: como lidar com as regras?

Por

Matheus Vieira

Compartilhe

Desvendando a licença paternidade: como lidar com as regras?

Dado aos profissionais com carteira assinada e servidores federais, a licença-paternidade é o direito de se afastar do trabalho para cuidar de um filho recém-nascido. A licença também engloba os pais que participaram de adoções comuns ou da obtenção da guarda da criança.

As mães tiveram acesso à licença-maternidade em 1942 e contam com 120 dias de licença remunerada. O direito se estende também às microempreendedoras individuais. Em 1988, os pais conquistaram um direito similar.

A ausência é amparada nas leis trabalhistas. A ideia do texto é contar o que é a licença-paternidade, como funciona, o que diz a lei, qual é a lógica por trás do direito, o que acontece com o salário e vários outros pontos. Boa leitura!

O que é a licença-paternidade?

Licença-paternidade é o nome do benefício aos pais de recém-nascidos para que deem assistência à família durante o início da vivência com o bebê. A ausência não vai ser descontada do salário do profissional e não afeta nenhum benefício.

Para servidores públicos, o benefício exige a aprovação na lei local. Embora existam avanços, ainda há algumas desigualdades na lei. É o caso dos pais solteiros, que precisam depender de uma ação judicial para receber o benefício.

Quem trabalha como empresa ou MEI também não tem direito originalmente, mas podem solicitar de forma jurídica. A licença-paternidade dura cinco dias, podendo ser estendida para 20 no caso das empresas participantes de certos programas do governo.

Como a licença-paternidade funciona? 

Durante a licença-paternidade, os pais não podem fazer nenhuma atividade remunerada. A solicitação é feita diretamente com a empresa. Com o nascimento, o profissional precisa mostrar a certidão para comprovar e abonar os dias faltados.

Esses são contados seguindo o primeiro dia útil depois do nascimento. Não é preciso ser casado para ter acesso à licença e você pode também ser pai adotante. Os pais têm o mesmo tempo no caso dos natimortos que é a morte de um feto após 20 semanas de gestação.

No caso de casais homoafetivos masculinos, os dois podem tirar licença-paternidade. Mas um tira a licença-paternidade típica, de apenas 5 dias. O outro tira os direitos de licença-maternidade e pode se ausentar por 120 dias.

O que diz a lei sobre a licença-paternidade?

Originalmente, a lei dizia que a licença-paternidade era de apenas um dia. A partir de 2017, a licença foi estendida para cinco. Mas esses dias são corridos. Isso significa que, se a criança nascer em um feriado, os dias só começam a ser contados depois dele.

A licença estendida chega aos 20 dias, mas depende de acordos e programas como o Empresa Cidadã. Esse é concedido para as marcas que se cadastraram no programa e traz algumas condições.

Por exemplo, a participação do pai em um curso de paternidade responsável. O programa também oferece alguns benefícios às empresas, como a dedução de alguns impostos. A licença-paternidade só é excluída para pais cujos filhos nasceram durante as férias.

Por que a licença-paternidade é importante?

A licença paternidade pode dar um empurrão na economia. Isso acontece porque o prejuízo provocado pela sobrecarga da mãe é sentido no mercado de trabalho. Já existem estimativas do prejuízo na economia para as mulheres que se ausentam por causa da maternidade nos Estados Unidos e elas chegam a casa dos bilhões.

No Brasil, quase metade são eliminadas do mercado nos primeiros anos de vida da criança. Isso faz com que a licença-paternidade se popularize, aumentando quase 200% no mundo entre 1997 e 2017.

Os resultados são notados na vivência do dia a dia. Com dois pais participativos, as crianças tendem a ter mais autoestima e autocontrole. Pais carinhosos beneficiam ainda a saúde mental dos filhos.

Como fica o salário?

De acordo com a lei, os salários e os benefícios do profissional não sofrem prejuízo durante a ausência. A remuneração é integral. O papel do RH é informar os profissionais do seu direito e dos benefícios que o recém-nascido também pode ter.

Se a empresa está no programa Empresa Cidadã, o profissional pode manifestar o interesse de estender sua licença. O processo de solicitação depende apenas da solicitação e da certidão de nascimento.

Nos casos de adoção, é preciso mostrar um documento que comprove a guarda. O benefício se estende e ganha o tempo do salário-maternidade caso a mãe venha a falecer. Nos casos de aborto, o pai não tem direito à licença-paternidade, mas a mãe tem um período mais curto de ausência para se recuperar.

É possível transferir os 60 dias da licença-maternidade para o pai? 

Os incentivos fiscais para fazer com que licença-paternidade se estenda para 20 dias também existem para as mães. Mas para elas, a extensão é de 60 dias, levando a licença maternidade aos 180 dias.

Só que há uma bem-vinda novidade que pode levar os 60 dias para o pai. É a lei 14.457, de 2022. Por meio dela, a mãe pode transferir os 60 dias de extensão da licença para o pai. Para isso, os dois devem trabalhar em empresas adeptas do programa Empresa Cidadã.

Esses 60 dias também podem ser transformados em 120 dias de meia-jornada ou em outros benefícios, como pagamento de pré-escola ou creche. Mas um dos problemas do programa é a falta de divulgação, já que boa parte dos pais desconhecem seus direitos.

Vale a pena adotar uma licença-paternidade mais longa?

Dar oportunidade para os pais ficarem mais tempo com os filhos é útil para a manutenção de talentos e para o bem-estar das famílias dos funcionários. É uma oportunidade de fazer uma gestão mais justa, ética e acolhedora.

A licença-paternidade originalmente dava pouco tempo para os pais ficarem com seus bebês. Mas os governos e as empresas no mundo já estão se movimentando para mudar essa situação.

Na Suécia, por exemplo, a licença-paternidade passa dos 400 dias, um total de 68 semanas. A Dinamarca também oferece um número alto de semanas, assim como a Coréia do Sul e o Japão. Nesses países, há mais de 50 semanas de licença-paternidade. 

No caso do Brasil, é importante se atentar ao horário da comunicação. Se o pai não revelar o nascimento ou a adoção imediatamente, perde o direito à licença.

O que você acha de apostar em uma política de benefícios para sua empresa? Então, entre em contato e conte com a infraestrutura da Eucard.

Assine e receba nossos conteúdos exclusivos

Receba conteúdos exclusivos sobre RH, negócios e novidades  direto no seu e-mail.

Mais lidas