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Síndrome de burnout: como evitar o esgotamento dos colaboradores?

Por

Matheus Vieira

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Síndrome de burnout

Solicitações fora do expediente, prazos curtos, excesso de responsabilidades, jornadas de trabalho muito extensas, chefes rígidos, times reduzidos que exigem colaborações multitarefas, entre outras demandas. Tudo isso acumulado pode causar a temida síndrome de burnout.

O esgotamento mental e físico do funcionário é uma questão que deve ser evitada a todo custo, pois pode influenciar toda a equipe. Por isso, priorizar a saúde e o bem-estar no trabalho é a melhor forma de evitar esse problema.

Pensando nisso, elaborei este conteúdo repleto de dicas e informações sobre a síndrome de burnout. Confira.

O que é síndrome de burnout?

O conceito da síndrome de burnout — ou síndrome do esgotamento mental — corresponde a distúrbios psicológicos associados à exaustão excessiva em atividades profissionais.

Se você pensar em um funcionário que está mentalmente esgotado, o que enxerga? É capaz que você contemple um profissional se sufocando em muitas demandas, buscando alinhar prioridades distintas em um prazo apertado. Acertei?

Por muitos anos, acreditou-se que todos os profissionais reagem à pressão crônica de uma única maneira. Essa é a condição mais clássica de se diagnosticar o burnout. Contudo, não há unanimidade no modo de exprimir esse tipo de exaustão. Nesse sentido, existem três tipos de síndrome de burnout.

Esgotamento por sobrecarga

É a modalidade clássica de burnout, sendo mais comum e mais fácil de diagnosticar. Ocorre quando os colaboradores trabalham de forma frenética para atingir metas e objetivos, prejudicando sua saúde e vida pessoal. Como consequência, extrapolam o limite de exaustão física e mental.

Burnout subdesafiado

É o oposto da sobrecarga. Ocorre quando a equipe se sente entediada e desmotivada pelas suas funções de rotina. É quando há excesso de trabalhos monótonos, repetitivos e altamente burocráticos.

Dessa forma, os indivíduos com burnout subdesafiado se sentem desvalorizados e frustrados porque não têm oportunidade de crescimento, de aprender ou de estabelecer vínculos profissionais significativos com colegas e líderes.

Burnout por negligência

O burnout por negligência é manifestado quando os talentos não recebem estrutura laboral (tecnologia e ergonomia), direção ou instrução no ambiente corporativo. Como resultado, não se consideram aptos a lidar com demandas e expectativas da empresa.

Com o tempo, esses colaboradores se sentem incapazes de manifestar qualquer diferencial positivo em sua jornada de trabalho.

Qual é a relação entre o CID-11 e a Síndrome de Burnout?

Em janeiro de 2022, a síndrome de burnout foi incluída na nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como uma doença crônica ligada ao trabalho.

Segundo o estudo “Covid-19 e saúde mental no Brasil: sintomas psiquiátricos na população em geral”, publicado pelo Journal of Psychiatric Research em 2021, existe um crescimento evidente de sintomas de burnout em brasileiros.

Os resultados coletados a partir de 1.196 pessoas entrevistadas foram:

  • 55,3% com dificuldades para dormir;
  • 62,6% com sintomas somáticos;
  • 64,5% com raiva;
  • 81,9% com sinais de ansiedade.

Vivenciar rotinas exaustivas no trabalho, em que um ou mais sintomas mencionados acima se manifestem em conjunto, faz parte da jornada de muitos colaboradores. Nesse caso, momentos de descanso e descontração são suficientes para recuperar as energias.

No entanto, a síndrome de burnout no ambiente laboral é uma doença que acompanha o funcionário de forma ininterrupta e exige apoio psicológico.

Quais são os sinais da síndrome de burnout?

Assim como qualquer enfermidade, a síndrome de burnout também emite sinais. Conheça os mais evidentes.

Necessidade de aprovação

Compulsão por mostrar, a todo instante, que sabe tudo o que está fazendo, expondo as metas conquistadas. Em geral, esse sinal se manifesta com frequência entre os melhores profissionais da empresa.

Esquecimento da vida pessoal

Acontece quando boa alimentação, interação social, sono adequado e tempo para lazer são ignorados. Ou seja, quando o colaborador prioriza excessivamente os deveres da empresa em detrimento da sua saúde e do seu bem-estar.

Mudança brusca de comportamento

As alterações de comportamento ficam mais evidentes, a ponto de serem percebidas por colegas e familiares. A pessoa que tinha um perfil mais descontraído se torna apática, por exemplo.

Depressão

Insegurança com o futuro e perda no sentido da vida são notáveis nesse estágio, podendo causar uma condição depressiva e desencadear pensamentos suicidas. Logo, o profissional necessita urgentemente de apoio médico e psicológico para superar essa condição.

Como evitar a síndrome de burnout nas empresas?

Em qualquer condição de saúde, a prevenção é o melhor caminho. Além disso, é necessário respeitar os limites dos funcionários e reconhecer suas tarefas. Portanto, como o assunto é excesso de trabalho, algumas boas práticas podem minimizar o avanço da síndrome de burnout. Confira.

Reconheça os colaboradores

Para profissionais que têm expectativas dentro da empresa, o reconhecimento é uma abordagem essencial, e isso vai além da remuneração e do programa de benefícios. Planos de carreira devidamente estruturados podem deixar a equipe satisfeita e engajada. Além disso, é válido reconhecer boas entregas e resultados em público.

Avalie os níveis de absenteísmo

Os índices de absenteísmo e rotatividade precisam ser levantados com frequência para compreender o nível de satisfação laboral e saúde mental dos colaboradores. Esse estudo precisa ser feito mensalmente para saber se está tudo certo ou se é preciso acatar medidas preventivas a fim de minimizar as chances de burnout.

Invista em um bom ambiente de trabalho

Ambiente empresarial é um fator que afeta diretamente a saúde mental e física dos profissionais. Nesse contexto, o lugar precisa ser estruturado de forma ergonômica e prática para que as atividades sejam executadas com eficiência.

Também é recomendado ter espaços que favoreçam a socialização e o relaxamento entre uma tarefa e outra, para melhorar o desempenho dos funcionários. Lembre-se de que um clima hostil pode desencadear estresse. Por isso, é preciso construir um ambiente agradável.

Conscientize a todos sobre a síndrome de burnout

Campanhas que conscientizem os funcionários a respeito da síndrome de burnout são essenciais, por priorizarem o bem-estar e a qualidade de vida no trabalho. Além disso, ajudam a elaborar políticas internas que combatam qualquer forma de negligência laboral e pessoal, visto que tais condições podem levar ao surgimento da síndrome.

Permita a flexibilidade no trabalho

O trabalho remoto é uma tendência no mercado, pois permite flexibilidade e gera satisfação em profissionais que exercem funções administrativas, comerciais e de gestão. Com atividades sendo executadas em casa ou em outro local, há uma diminuição do estresse e do esgotamento emocional. Afinal, não é preciso se deslocar e enfrentar o trânsito logo cedo.

Além disso, a flexibilidade de horário possibilita que o funcionário participe de outras atividades diárias, como a prática de exercícios físicos e momentos de interação com família e amigos.

Ofereça benefícios que visem ao bem-estar

Ginástica laboral, acesso a locais de lazer, descontos em estabelecimentos para alimentação saudável e planos de saúde são algumas das bonificações que a empresa pode conceder em um programa de benefícios voltado para o bem-estar. Por fim, é válido oferecer apoio psicológico para quem estiver passando por dificuldades pessoais e profissionais.

A síndrome de burnout é uma doença que pode ser desencadeada quando a empresa não coloca as necessidades dos colaboradores no centro da estratégia laboral. Portanto, é altamente recomendado priorizar tais demandas para construir um ambiente mais positivo e satisfatório para as equipes.

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